A Semana das Maldades
A
terceira semana de janeiro está encerrando sem deixar saudades.
Afinal,
nos últimos dias a população brasileira foi “presenteada” com um dos mais
preocupantes e danosos pacotes econômicos dos últimos anos.
Tarifaço
na gasolina e diesel (CIDE); aumento do imposto de importação; IOF dobrando de
alíquota; majoração de IPI; e juros básicos (SELIC) pulando para 12,25% ao ano
foi um conjunto de medidas capaz de colocar o mais otimista dos brasileiros de
barbas de molho. Isso sem esquecer o aumento da conta de luz!
Na
verdade, desde o final das eleições presidenciais já haviam especulações indicando
que a nova equipe econômica de Dilma Rousseff iria apertar o cinto dos
consumidores e empresários do país. Mesmo assim, tais atos não deixam de ser um
erro de política econômica.
Os
tradicionais manuais de economia recomendam que os governos pressionados pela inflação
de demanda (elevada pressão de consumo gerando alta de preços) aumentem
impostos e juros para conter a escalada dos preços.
Entretanto,
o quadro atual da atividade econômica é bem diferente daquele que justificaria
tal tipo de intervenção: o consumo nacional fechou 2014 no vermelho, ao mesmo
tempo em que a produção industrial também encerrou o ano em queda livre. De
acordo com tal situação, é impossível que as relações econômicas privadas sejam
a origem da inflação. Mas de onde vem o problema que inspirou o ministério da
fazenda a lançar mão de tantas maldades no decorrer dessa semana?
Sim,
a inflação é um fato. Porém a sua origem está associada a outras causas, das
quais destacam-se: aumento da emissão de papel-moeda (botar a maquininha de
dinheiro para funcionar) acima de 10% ao ano desde 2011; e desvalorização do
Real (após anos de câmbio artificialmente valorizado) por conta da queda da
credibilidade dos títulos da dívida brasileira no mercado especulativo
internacional.
Especialmente,
por conta desses dois fatores diretamente associados ao déficit público é que
as autoridades econômicas aumentaram impostos e juros.
Moral
da história: o governo cobra impostos em demasia; gasta mal; para compensar
cobra ainda mais impostos; e joga as culpas e responsabilidades no consumo da população.
Isso é ou não uma maldade?
Eduardo
Starosta
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